terça-feira, 28 de abril de 2015

2015 - Ano Internacional da Luz 

Concurso para a Rede de Escolas Associadas da UNESCO

    O trabalho abaixo apresentado integra-se na categoria 2º e 3º ciclo do Ensino Básico, subordinado ao tema “ Os faróis- a sua importância no desenvolvimento das civilizações” e é da autoria da aluna Rita da Conceição Ramos do 8º ano, turma Bi.
   Lamentamos o facto de ter sido a única concorrente do Agrupamento. Por isso, a Rita está de parabéns!

     Descobertas inesperadas


    
    O dia da partida, em direção à casa de praia do meu avô, amanheceu lindo, o sol brilhava. A luz radiante que este emitia penetrava por entre as janelas transparentes de vidro cristalino, as nuvens espaireciam no céu como penas brancas e suaves, e ouvia-se o chilrear dos passarinhos que voavam rasgando o céu esbelto e azul. 
     Estava a acabar de fazer as malas e arranjar-me para passar umas belas férias, apenas eu e o meu avô, até que alguém interrompe o silêncio com um buzinar, era a minha boleia...
     - Rita, não te demores! Eu combinei com o teu avô que estarias em casa dele antes do almoço! Hmm...e traz-me a garrafa de água, que está em cima do balcão da cozinha, para bebermos durante a viagem... – gritava a minha mãe apressadamente a ver se não nos esquecíamos de nada...
    Durante a nossa viagem de carro não se falou nada de nada, apenas se ouvia a música da rádio a tocar e a voz da minha mãe a sussurrar, pensando para si mesma se iríamos chegar a tempo do almoço. 
    Depois de termos feito muitos quilómetros e algumas paragens, apercebi-me que estávamos a pouco tempo de chegarmos, pois tinha avistado uma placa que dizia “Palmeiras 8 km”. Era a praia onde o meu avô vivia com a minha avó, mas esta já tinha falecido há menos de três meses com leucemia. O tempo passa a voar...mas ainda me lembro do que ela me dizia : “ Vive um dia de cada vez, pois amanhã já não voltarás a vivê-lo”. Ela era uma senhora muito simples, não se importava de usar qualquer trapo,  já que tudo lhe agradava. Eu admirava muito esta minha avó! Tinha resposta para tudo como se soubesse sempre o que lhe iriam dizer. Era ainda uma pessoa muito culta...sabia todos os provérbios que existiam.
     Tínhamos acabado agora mesmo de chegar...tanta preocupação para nada! Era apenas meio dia, a hora em que o meu avô costumava acabar de fazer o almoço e preparar tudo.
      Mal saí do carro, comecei por apreciar aquela linda e doce paisagem que me rodeava...aquele sítio, sim, era o meu lugar favorito,  por isso é que eu gostava tanto de passar férias ali.
       - Vem-me já ajudar com as malas! – ordenou a minha mãe.
         Quando peguei na minha bagagem, reparei que o meu avô olhava pela janela da cozinha para ver se já teríamos chegado. Foi então que lhe comecei a acenar, até que nos avistou e foi abrir a porta.
        Entrei e reparei logo que a casa estava na mesma, não tinha mudado nada desde a última vez que lá estivera. O hall com fotos do meu avô com a avó, outras com eles e os restantes membros da família. A sala, a cozinha e os quartos com aquele cheiro a bafio e a ferrugem de serem antigos, e ainda várias coleções como pinturas, objetos valiosos, ( joias, copos de cristais, discos, livros...) os quais possuíam, por cima deles,  uma grande acumulação de pó...   
      Tínhamos acabado de almoçar todos juntos e a minha mãe já se ia embora para descansar, porque, no dia seguinte,  era dia de trabalho.
     Ficámos apenas nós, eu e o meu avô, no sofá, a ouvir rádio, pois eu sabia que o meu avô detestava ver  televisão...ele sempre foi um homem muito conservador, tal como era a minha avó que gostava de ler um bom livro de poesia e, depois de o ter lido todo, adorava declamá-lo às outras pessoas.
     Quando anoiteceu, a minha mãe telefonou a dizer que a viagem de regresso tinha corrido muito bem. Logo depois fui dar um beijinho de boa noite ao meu avô, pois estava muito cansada da viagem que tinha sido muito longa.
    Mal  me deitara na cama, adormeci que nem um pedra, mas a meio da noite acabei por acordar com o som dos navios que seguiam uma luz branca, forte e cintilante que parecia mover-se e  se encontrava apontada para o mar. Fiquei curiosa, pois nunca tinha visto nada assim.
    Discretamente, vesti-me e calcei-me, mas quando ia a sair, apercebi-me que precisava de uma lanterna, estava demasiado escuro. Então fui buscá-la à garagem, lá sim, deveria haver uma. Entrei  e vi a lanterna que estava em cima de um armário cheio de caixas, por isso peguei no escadote e abri-o para lá chegar. Como já tinha o que queria, fiz-me ao caminho sem que o meu avô soubesse e segui a luz. Quando finalmente me aproximei, reparei que o que me cegava era um farol, cuja luz guiava e orientava todos os barcos que passavam por aquela zona. Este era comprido, possuía umas riscas largas em branco e vermelho, no cimo tinha uma divisão parecida com uma cúpula em vidro, onde se encontrava a tal luz, e, por fim, no cimo de tudo, uma “antena” em forma de “chapéu”. Enquanto o observava atentamente, apercebi-me que na sua lateral se encontrava uma pequena porta. Então, decidi entrar e assustei-me, pois eram dezenas e dezenas de escadas, parecia-me que nunca mais acabavam. Depois de uma breve hesitação, acabei por subi-las, até que, finalmente, cheguei ao compartimento onde se encontrava a grande “lâmpada” que emitia a luz branca. Dali a paisagem do mar era magnífica e conseguiam-se avistar todos os barcos que por ali passavam. Ao olhar para o meu lado direito, vi uma caixa com um livro intitulado “Diário de Alfredo Ramos”. Cheguei à conclusão que era o diário do meu avô dos tempos de marinheiro. Ali estavam descritas todas as suas grandes aventuras que tivera por entre mares, os seus sonhos, as suas dificuldades e obstáculos...  Enquanto desfolhava o livro, uma página deste chamou-me a atenção, lá dizia que o meu avó foi o faroleiro e cuidou daquele  farol ao longo daqueles anos todos.
    Começou a amanhecer e a luz do farol desligou-se. Eu tinha que ir para casa antes que o meu avô acordasse, por isso levei o diário, pois sabia o quanto este deveria ser importante para ele.  Comecei a correr até chegar ao destino.
    Mais tarde, na hora do almoço, perguntei ao meu avô se alguma vez tivera um diário, ele respondeu que sim, mas que já não sabia dele. Mal acabou de dizer estas palavras, entreguei-lho e disse-lhe: “Espero que gostes”. O meu avô muito surpreso agradeceu- me. Passou o resto do dia a falar das suas grandes aventuras e explicou que, desde a Antiguidade, eram acesas fogueiras ou grandes luzes de azeite a servir de faróis e que estes foram concebidos para avisar os navegadores da aproximação de terra, ou de porções de terra, que irrompiam pelo mar adentro.
      As fontes de alimentação da luz foram melhorando, tendo o azeite sido substituído pelo petróleo e pelo gás, e posteriormente, pela eletricidade. Paralelamente, foram inventados vários aparelhos óticos, que conjugavam espelhos, refletores e lentes, montados em mecanismos de rotação, não só para melhorar o alcance da luz, como para proporcionar os períodos de luz e obscuridade, que permitiam distinguir um farol de outro. Acrescentou ainda que cada farol tem a sua individualidade dada pela luz que emite, pela forma como é transmitida e pelo sinal sonoro difundido.
     Aquelas férias serviram para ficar a conhecer ainda mais o meu avô e   compreender a importância dos faróis para a arte de navegar.



quarta-feira, 8 de abril de 2015

Atividades realizadas no 2º período

“ À Descoberta do Outro”

No decurso do segundo período, os alunos do Agrupamento dos 1º, 2º e 3º ciclos abordaram temas relacionados com a cidade do Porto, nomeadamente a origem do seu topónimo, que deu o nome a Portugal, da designação de “ Cidade Invicta”, o início da sua formação, o seu centro histórico, zona classificada pela UNESCO como Património Mundial, e procederam à recolha de lendas do Porto.
Relativamente a Cabo Verde, no estudo efetuado sobre a atividade vulcânica como uma manifestação da dinâmica interna da Terra, os alunos do 7ºano deram especial atenção ao vulcão da Ilha do Fogo, cuja erupção recente provocou enorme destruição, e construíram belos e imaginativos exemplares de vulcões. Os do 9ºano pesquisaram a biografia de alguns poetas desse país.
     Os trabalhos inter/ multidisciplinares realizados sob orientação de alguns professores de Português, História, Ciências Naturais, Educação para a Cidadania e Educação Tecnológica foram expostos na Escola Sede e na Escola Irene Lisboa para dar conhecimento dos mesmos a toda a Comunidades Escolar.





Dia mundial da Poesia – 21 de março

Esta data foi comemorada nos dias 19 e 20, na Escola Irene Lisboa e na Escola Carolina Michaëlis, respetivamente, numa cerimónia organizada conjuntamente pelos docentes de Português e pelas bibliotecárias das duas escolas. Constou, entre outras atividades, da declamação de poemas de autores portugueses e cabo- verdianos.



   Ana Alves


sexta-feira, 6 de março de 2015



    8 de março                                                    





                Ao comemorarmos mais um dia internacional da mulher, perpassam, na nossa memória, alguns nomes de mulheres de várias gerações, portuguesas e estrangeiras, que se destacaram pelo seu espírito de liderança e tenacidade, pela defesa dos direitos das mulheres, pela divulgação da cultura, na luta pela liberdade, e em diversas outras áreas.
 Há muitas outras, anónimas, que sofrem e lutam no seu quotidiano pela sobrevivência. E são todas essas mulheres, que percorrem um caminho árduo e difícil, as destinatárias, neste dia a elas dedicado, da nossa singela homenagem, através de dois poemas, um inédito, escrito por uma mulher a quem a vida tem exigido um fôlego acrescido, e outro bem nosso conhecido.

Ana Alves

Mulher
Mulher deusa e escrava,

Semente de dor e de amor.

Sons melódicos

De fim de tarde,

Indolentes de cansaço,

gritos  guerreiros,

Quando dos seus se trata.

Dela se esquece

E aos outros se engrandece

Imprescindível estrela

Nas noites escuras

Deste caminho……

M. Vilas Boas


Calçada de Carriche

Luísa sobe,
sobe a calçada,
sobe e não pode
que vai cansada.
Sobe, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe
sobe a calçada. 


Saiu de casa
de madrugada;
regressa a casa
é já noite fechada.
Na mão grosseira,
de pele queimada,
leva a lancheira
desengonçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.


Luísa é nova,
desenxovalhada,
tem perna gorda,
bem torneada.
Ferve-lhe o sangue
de afogueada;
saltam-lhe os peitos
na caminhada.
Anda, Luísa.
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada. 
Passam magalas,
rapaziada,
palpam-lhe as coxas,
não dá por nada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Chegou a casa
não disse nada.
Pegou na filha,
deu-lhe a mamada;
bebeu da sopa
numa golada;
lavou a loiça,
varreu a escada;
deu jeito à casa
desarranjada;
coseu a roupa
já remendada;
despiu-se à pressa,
desinteressada;
caiu na cama
de uma assentada;
chegou o homem,
viu-a deitada;
serviu-se dela,
não deu por nada.
Anda, Luísa.
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada


. Na manhã débil,
sem alvorada,
salta da cama,
desembestada;
puxa da filha,
dá-lhe a mamada;
veste-se à pressa,;
desengonçada;
anda, ciranda,
desaustinada;
range o soalho
a cada passada;
salta para a rua,
corre açodada,
galga o passeio,
desce a calçada,
desce a calçada,
chega à oficina
à hora marcada,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga;
toca a sineta
na hora aprazada,
corre à cantina,
volta à toada,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga
. Regressa a casa
é já noite fechada.
Luísa arqueja
pela calçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada,
sobe que sobe,
sobe a calçada,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
António Gedeão, in Poesias Completas

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Dia Internacional da Língua Materna



Com a aquisição e aperfeiçoamento da Língua Materna, o indivíduo perceciona a realidade que o rodeia, comunica com os outros, toma consciência de si mesmo, estrutura a sua personalidade, organiza o seu pensamento, acede ao conhecimento, integra-se e participa na sociedade.
A expressão Língua Materna remete-nos para a relação uterina, o cordão umbilical que une o indivíduo à sua língua, que é para ele objeto de afetividade. A língua é a nossa mãe, o nosso lugar de origem. É também «a nossa Pátria», conforme diz Fernando Pessoa.
Amemos e fruamos a nossa língua materna!

        E é com este hino à Língua Portuguesa que comemoramos este dia tão especial.

    (… ) «Floresça, fale, cante, ouça-se e viva
             A portuguesa língua, e já, onde for,
             Senhora vá de si, soberba e altiva» (…)
                                   
                                    António Ferreira


A Coordenadora Ana Alves

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Dia 27 de janeiro – Dia Internacional de Comemoração das Vítimas do Holocausto 



 Helga Weiss, sobrevivente de Theresienst, Auschwitz e outros campos de concentração nazi, hoje com 85 anos de idade, afirma na sua obra «O Diário de Helga»:

 “ Eu posso ter sobrevivido ao campo de extermínio, mas seus cheiros, sons e horrores nunca vão me deixar. A dor não vai embora”. 

 Como se sabe, apesar das condições adversas, houve uma grande produção artística nos campos de concentração. 
 O músico Ilse Weber, prisioneiro em Theresienstadt, legou-nos a seguinte composição musical, pungente e triste: 

 Ich Wandre Durch Theresienst

 Ich wandre durch Theresienstadt,
 Eu caminho por Terezín, 
das Herz so schwer wie Blei. 
o coração pesado como chumbo.
 Bis jäh mein Weg ein Ende hat
 De repente meu caminho tem um fim
 dort knapp an der Bastei.
 lá próximo ao bastião.
 Dort bleib ich auf der Brücke stehn
 Lá fico parado sobre a ponte 
und schau ins Tal hinaus:
 e vejo pelo vale afora: 
Ich möcht so gerne weitergehn,
 Eu queria tanto seguir em frente,
 ich möcht so gern nach Haus.
 Eu queria tanto ir para casa.




 E dado que se comemora, este ano, setenta anos do fim da II Guerra Mundial, a partilha das fortes emoções sentidas, naquele dia, por todos quantos viveram e sofreram nos campos de concentração nazis, contribua para uma consciencialização da importância da Tolerância, da Paz e da Liberdade.

 (…) «Mauthausen capitulou, a paz chegou até nós. «Paz», repito para mim mesma, e todos os nervos do meu corpo tremem sob esta palavra como uma corda. (…) A minha mãe levanta-se – onde é que ela foi buscar as forças, de repente? - , penduro-me no seu pescoço e, entre beijos, derramo, rejubilante, a palavra com que sonhamos há anos. A palavra que só nos permitíamos dizer no canto mais secreto do nosso ser e que temíamos pronunciar em voz alta. Aquela palavra sagrada que contém tantas coisas belas, inacreditáveis: livre- arbítrio, liberdade. O fim da tirania, da miséria, da escravidão, da fome. Hoje posso pronunciá-la em público, sem tremer; hoje, tornou-se realidade.»


 In « O diário de Helga», Weiss, Helga

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

  Este blogue tem como objetivo divulgar regularmente as atividades resultantes da implementação do projeto “ À Descoberta do Outro…”, e aquelas que  se realizam no âmbito do Sistema de Escolas Associadas da Unesco.





Dia Internacional da Paz








O Dia Internacional da Paz, declarado por Kofi Annan, em 1981, como um dia de trégua e de cessar- fogo, comemora-se, desde então, a 21 de setembro.
Assiste-se, atualmente, ao proliferar de conflitos armados e tensões em várias partes do globo, como é o caso da Ucrânia, cuja crise já desalojou 260 mil pessoas e onde o número de mortos chega a três mil; da Síria, que provocou já a morte a mais de 100 mil pessoas, do Iraque, da Faixa de Gaza, do Mali, do Sudão, entre outras.
Verifica-se um denominador comum a toda esta violência: o desprezo pela vida humana!
A paz é um bem precioso. É preciso não só criá-la, mas também lutar por ela no nosso dia a dia com pequenos gestos e atitudes: ser tolerantes, respeitar o outro com as suas qualidades e defeitos, aceitar a diferença, dialogar para resolver as discordâncias.
Mas a paz não é só ausência de guerra ou de conflitos. Para haver paz é preciso haver justiça social, liberdade, pois um cidadão ou um povo oprimido não vive em paz.
Que a leitura de dois poemas de duas grandes figuras das nossas letras possa servir de reflexão e de uma maior consciencialização de todos para a importância da PAZ, um bem almejado por toda a Humanidade!



A Coordenadora: Ana Alves



A Paz sem Vencedor e sem Vencidos 


Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Que o tempo que nos deste seja um novo
Recomeço de esperança e de justiça
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos

A paz sem vencedor e sem vencidos

Erguei o nosso ser à transparência
Para podermos ler melhor a vida
Para entendermos vosso mandamento
Para que venha a nós o vosso reino
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos

A paz sem vencedor e sem vencidos

Fazei Senhor que a paz seja de todos
Dai-nos a paz que nasce da verdade
Dai-nos a paz que nasce da justiça
Dai-nos a paz chamada liberdade
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos

A paz sem vencedor e sem vencidos

Sophia de Mello Breyner Andresen, in 'Dual'




Ode à Paz 



Pela verdade, pelo riso, pela luz, pela beleza,
Pelas aves que voam no olhar de uma criança,
Pela limpeza do vento, pelos actos de pureza,
Pela alegria, pelo vinho, pela música, pela dança,
Pela branda melodia do rumor dos regatos,


Pelo fulgor do estio, pelo azul do claro dia,
Pelas flores que esmaltam os campos, pelo sossego dos pastos,
Pela exatidão das rosas, pela Sabedoria,
Pelas pérolas que gotejam dos olhos dos amantes,
Pelos prodígios que são verdadeiros nos sonhos,
Pelo amor, pela liberdade, pelas coisas radiantes,
Pelos aromas maduros de suaves outonos,
Pela futura manhã dos grandes transparentes,
Pelas entranhas maternas e fecundas da terra,
Pelas lágrimas das mães a quem nuvens sangrentas
Arrebatam os filhos para a torpeza da guerra,
Eu te conjuro ó paz, eu te invoco ó benigna,
Ó Santa, ó talismã contra a indústria feroz.
Com tuas mãos que abatem as bandeiras da ira,
Com o teu esconjuro da bomba e do algoz,
Abre as portas da História,
             deixa passar a Vida!


Natália Correia, in "Inéditos (1985/1990)"


À Descoberta do Outro...


No decurso do primeiro período, os alunos do Agrupamento encetaram laços de amizade com os colegas cabo-verdianos da Escola Secundária Constantino Semedo, através do envio de cartas.
Aderiram, entusiasticamente, a esta iniciativa vinte e três turmas do 5º ao 10º ano de escolaridade, sendo treze da Escola Irene Lisboa e dez da Secundária Carolina Michaëlis.
Para presentear os seus novos amigos, os alunos deram largas à imaginação, e elaboraram postais de Natal e marcadores de livros alusivos ao tema da Amizade.

Para consultar alguns destes trabalhos carregue na imagem abaixo apresentada.




Um olhar sobre a cidade do Porto

Porto, Baluarte da Liberdade, Capital do Trabalho, Invicta e Leal Cidade, Património da Humanidade, Capital da Cultura, são apenas alguns títulos de que se orgulham todos os portuenses e que, por certo, serão, posteriormente, objeto de abordagem por parte dos alunos.
Entretanto, a turma do 12º TGP recolheu imagens dos locais e monumentos mais emblemáticos da nossa cidade a fim de os dar a conhecer aos seus amigos da Escola Secundária Constantino Semedo.




Exposição

No final do primeiro período, organizou-se uma exposição, nas Escolas Irene Lisboa e Carolina Michaëlis, com uma mostra das atividades desenvolvidas pelos alunos, no âmbito do intercâmbio cultural estabelecido com Cabo- Verde.