quarta-feira, 14 de novembro de 2018


















Mensagem da Diretora-Geral da UNESCO,
por ocasião do
Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza

17 de outubro de 2018

“O lugar da pobreza não é numa sociedade civilizada, mas sim num museu” declarou o bangladechiano Muhammad Yunus, um dos inventores do microcrédito, laureado com o Prémio Nobel da Paz em 2006 pelo seu compromisso em prol das populações mais desfavorecidas.
A pobreza é uma ofensa à dignidade humana, causa sofrimento e privação, impede o pleno desenvolvimento da pessoa, dificulta o pleno gozo dos direitos e das liberdades, atingindo, frequentemente, os mais vulneráveis, as mulheres e as crianças. É uma forma de servidão que gostaríamos, de facto, de relegar para outra época da humanidade.
Desde os anos 90, foram alcançados progressos consideráveis, à escala mundial, para travar a miséria e a indigência, fazendo com que mais de um bilhão de pessoas tivessem saído da pobreza extrema. Estes resultados fantásticos são um motivo de satisfação e de esperança, mas não devem ocultar os desafios que ainda nos falta ultrapassar. Atualmente, estima-se que 635 milhões de pessoas continuem a viver na pobreza extrema, ou seja, mais de 8% da população mundial. A grande maioria vive no Sul da Ásia e na África Subsariana.
A pobreza é um problema complexo que vem, muitas vezes, somar-se a outras situações de vulnerabilidade: assim, a taxa de pobreza é, frequentemente, mais elevada nos países considerados frágeis ou em situação de conflito. Além disso, as alterações climáticas e os desastres naturais atingem, habitualmente, populações mais expostas e menos preparadas para os enfrentar.
Por este motivo, temos que atuar simultaneamente em várias frentes. A pobreza não é apenas uma questão de recursos financeiros, é também um problema de falta de oportunidades. A erradicação da pobreza constitui o primeiro Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 das Nações Unidas, estando contudo, estreitamente ligada a outros objetivos tais como a garantia de boas condições sanitárias, o acesso a uma educação de qualidade para todos, a oportunidade de ter um emprego decente, a igualdade de género, ou ainda, a preservação do ambiente. A comunidade internacional – os Estados, mas também os atores da sociedade civil e as empresas privadas – deve redobrar os seus esforços para realizar, em conjunto, esses objetivos.
É essencial que o crescimento económico seja mais inclusivo e que ajude a criar empregos sustentáveis. É indispensável que todos os países garantam uma proteção social aos seus cidadãos para os proteger dos numerosos riscos socioeconómicos num mundo em mutação. A educação é uma formidável alavanca de desenvolvimento: é primordial que cada criança, rapaz ou rapariga, possa beneficiar de uma educação de base de 12 anos.
A educação deve incluir as questões relativas à saúde, à sexualidade, à igualdade de género e ao desenvolvimento sustentável, de modo a quebrar o círculo vicioso de hábitos sociais e de representações coletivas que sustentam as desigualdades. A UNESCO, agência líder da ONU para a educação, concentra os seus esforços especialmente na educação das raparigas, verdadeiro motor de desenvolvimento e de paz
Neste Dia Internacional e neste ano de celebração do 70º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, mobilizemo-nos para que cada um e cada uma de nós, em todo o mundo, possa beneficiar de condições de vida dignas.

Audrey Azoulay





DIA MUNDIAL DO PROFESSOR


5 DE OUTUBRO







Mensagem da Diretora-Geral da UNESCO
por ocasião do Dia Internacional da Paz

21 de setembro de 2018

“Não haverá paz neste planeta enquanto, algures no mundo, os direitos humanos forem violados.”
Neste Dia Internacional da Paz, as palavras de René Cassin, um dos artesãos da Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948, relembram-nos que a paz continua a ser um ideal inalcançável enquanto os direitos humanos fundamentais não forem respeitados. São, pois, a condição primordial de uma sociedade pacífica em que a dignidade de todos os indivíduos é respeitada e onde todos podem usufruir de direitos iguais e inalienáveis.

Estas palavras também nos relembram do nosso dever de solidariedade para com os nossos semelhantes; a paz é imperfeita e frágil se não beneficiar a todos e a todas. Os direitos humanos ou são universais ou não são. Esta ligação intrínseca entre paz e respeito pelos direitos fundamentais constitui o tema desta nova edição do Dia Internacional da Paz, no momento em que se celebra o 70º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Os ideais de paz e de direitos universais são, todos os dias, contestados e violados. Existem vários obstáculos para a sua realização. A nossa capacidade em edificarmos um mundo feito de harmonia, de compreensão e de coexistência pacífica é posta à prova pelos mais diversos desafios: desigualdades sociais e económicas que causam sofrimento e pobreza; alterações climáticas que geram novos conflitos; explosão demográfica que cria novas tensões… Por outro lado, propagam-se também novas formas de populismo e de extremismo em todo o mundo.

Para vencermos estes desafios, temos de agir de forma coletiva e construir, passo a passo, o edifício da paz. Este é o objetivo do Programa da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que apela a uma ação concertada para alcançarmos os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável, que contribuem para um mundo mais justo e mais pacífico – luta contra a pobreza, contra a fome, contra as desigualdades de género, promoção da educação, defesa da justiça, compromisso em favor de um ambiente saudável...

Todos os dias, a UNESCO, através dos seus programas e das suas ações no terreno, reafirma o seu compromisso original, consagrado no seu Ato Constitutivo: erguer os baluartes da paz no espírito das mulheres e dos homens. Líder da Década Internacional para a Aproximação das Culturas (2013-2022), a UNESCO investe-se totalmente no desenvolvimento de uma cultura de prevenção a nível mundial através da educação, da cooperação internacional e do diálogo intercultural.

O caminho para a paz é longo, mas cabe a todos e a cada um de nós influenciar o seu rumo ao comprometermo-nos, diariamente, em prol de uma sociedade mais inclusiva, mais tolerante e mais justa.
                                                                                                                 
                                                                                                                             Audrey Azoulay

terça-feira, 22 de maio de 2018


   



Mensagem da Diretora-Geral da UNESCO
por ocasião do Dia Internacional da Luz
16 de maio de 2018


                Neste primeiro Dia Internacional da Luz celebramos o papel que a luz desempenha na vida dos cidadãos do mundo.
            Tendo como base o sucesso do Ano Internacional da Luz (2015), esta iniciativa mundial será o mote para continuarmos a celebrar, todos os anos, a luz e o seu papel na ciência, na cultura e nas artes, na educação e no desenvolvimento sustentável.
             Dos raios gama às ondas de rádio, o espectro de luz é fonte de conhecimento, do infinitamente distante ao mais próximo, desde a origem do universo às tecnologias que moldaram a nossa sociedade, em áreas tão diversas como a medicina, a agricultura, a energia e a ótica para a proteção do património cultural.
             A luz tem tido um impacto bastante significativo nas artes visuais e performativas, na literatura e no pensamento. O estudo da relação entre a luz e a cultura fornece informações valiosas sobre as interações entre a ciência, a arte e a humanidade, assim como permite melhor compreender e apreciar a nossa herança cultural. O estudo da luz pode inspirar os jovens orientarem os seus estudos para áreas científicas e promover o espírito empreendedor.
            A luz também pode contribuir para a realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável. O acesso à luz e às infraestruturas do setor da energia pode melhorar a qualidade de vida no mundo em desenvolvimento, enquanto a fibra conecta os cidadãos de todo o mundo, através da Internet. Estas redes contribuem também para a responsabilização em matéria de paz, de justiça e de reforço das instituições judiciais.
             A UNESCO orgulha-se de continuar a fortalecer a sua colaboração com a comunidade científica internacional através de um tema tão importante como a luz e a integração deste novo dia internacional no calendário das celebrações da UNESCO vai dar-nos a oportunidade para continuarmos a fazê-lo todos os anos.
             Juntos, iluminemos o mundo todos os anos a 16 de maio!

Audrey Azoulay

sábado, 19 de maio de 2018




Mensagem da Diretora-Geral da UNESCO
por ocasião do
Dia Internacional do Jazz
30 de abril de 2018



         A UNESCO orgulha-se de celebrar, a 30 de abril de 2018, a 7ª edição do Dia Internacional do Jazz. Este é um dia para homenagear o jazz e o seu legado vivo e para reconhecer o poder desta música na aproximação das pessoas.

    As raízes do Jazz assentam na luta pela liberdade e na resistência à opressão.
    Esta música, nos seus estilos variados, foi adotada e assimilada em inúmeras culturas, transformando-se em novas formas de expressão, num eco infinito de músicas e sons pelo mundo inteiro. As múltiplas formas através das quais o jazz se inseriu no tecido das culturas locais, nacionais e indígenas são a prova da sua fecundidade e importância. O jazz apelou e continua a apelar a pessoas de todas as línguas e de todas os estratos económicos e políticos, seguindo a sua trajetória original de expressão da liberdade, da dignidade e dos direitos humanos.
    A mensagem de liberdade está enraizada nos genes desta música, que se define pela improvisação. A facilidade com que os músicos se juntam, ouvem, tocam e partilham livremente a sua arte, reflete o espírito dos movimentos de liberdade em todo o mundo. Como diz o grande músico de jazz, Wayne Shorter: "Tanto jazz como na vida, não se pode ensaiar o que ainda não se conhece". O Jazz enfatiza a beleza de viver o momento; a coragem de correr riscos, não apenas consigo mesmo mas também com os outros, de explorar as águas indefinidas e por vezes turvas do possível ou até do que o ser humano ou o coletivo nem sequer conseguem imaginar.
    Hoje, o Dia Internacional do Jazz é celebrado em mais de 190 países. Em todo o mundo, músicos, organizadores de eventos, professores, estudantes e amadores de jazz mobilizam-se através de eventos que vão desde pequenos concertos a festivais de vários dias. Escolas, museus, centros comunitários, universidades, cafés e clubes de jazz organizam diversas atividades.
    Este ano, São Petersburgo acolherá esta celebração mundial. Esta cidade viu nascer o jazz russo, no início dos anos 20, quando o meio universitário e a elite adotaram esta música, levando à criação da primeira filarmónica de Jazz do país.
    Em São Petersburgo, decorrerão oficinas, master classes, exibições de filmes, atuações e concertos com estudantes russos. O grande concerto das estrelas internacionais de jazz reunirá artistas de todo o país, de toda a região e de todo o mundo, criando uma fusão única de música naquele que será, seguramente, um evento memorável, com a participação de lendas como o Embaixador da Boa Vontade da UNESCO, Herbie Hancock e o artista de jazz russo Igor Butman.
    A UNESCO tem a honra de se associar ao Instituto de Jazz Thelonious Monk, na cidade de São Petersburgo e à Fundação Igor Butman para celebrar este Dia Internacional do Jazz.
    Espero que se associem a nós para que, juntos, possamos celebrar este grande dia que marcará o Tempo de uma maior aproximação.




Audrey Azoulay.







terça-feira, 17 de abril de 2018



Exposição “ Educação para a Paz”.


 Integrada na Evocação do Centenário da Primeira Guerra Mundial e tendo como objetivos primordiais envolver a comunidade educativa na reflexão sobre a importância da paz e promover o projeto da UNESCO “ Património Para a Paz e a Reconciliação – Educar para a Paz”, encontra-se patente, de 12 a 26 de abril, na Escola Básica Irene Lisboa, uma exposição de painéis com fotografias e textos sobre esta temática.

 Em seguida, mais concretamente, de 2 a 18 de maio, o enfoque da exposição recairá sobre a Segunda Guerra Mundial.

            Os materiais expostos foram concebidos pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação e disponibilizados pelo Município do Porto. Pretende-se que os mesmos sejam complementados com trabalhos realizados pelos alunos.

            Esta iniciativa também poderá servir como instrumento valioso para a consolidação das aprendizagens na disciplina de História.

 Dado o interesse desta exposição pelo seu valor histórico, convidou- se a comunidade educativa a visitá-la.

Assim  que for possível , partilharemos   algumas fotos da exposição.









sábado, 7 de abril de 2018




           Dia Internacional do Desporto para o desenvolvimento e a Paz - 6 de abril de 2018
                                                                   

                                                  Mensagem da Diretora-Geral da UNESCO


               
     O desporto é simultaneamente um esforço individual e coletivo, é uma atividade individual e uma prática coletiva; baseia-se nos princípios do respeito, compreensão, integração e diálogo, e contribui para o desenvolvimento e a realização pessoal do indivíduo, independentemente da sua idade, género, origem, das suas crenças e opiniões. Por tudo isto, o desporto assume um lugar privilegiado de ação e reflexão no processo de transformação das nossas sociedades.

     A UNESCO desempenha um papel de liderança neste processo. O Plano de Ação de Kazan é disso um bom exemplo. Aprovado na Rússia, no ano passado, pelos Ministros responsáveis pela educação física e desporto, promove uma maior cooperação internacional em matéria de políticas desportivas e tem como objetivo permitir a vinculação direta entre políticas desportivas e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para 2030. 

    É nesse espírito que a UNESCO celebra no 6 de abril, pelo quinto ano consecutivo, o Dia Internacional do Desporto para o Desenvolvimento e a Paz.

     Ao longo do dia, em conjunto com os nossos diversos parceiros, vamos levar a cabo uma forte mobilização on-line, para a qual todos estão convidados a participar, nomeadamente através de #IDSDP2018 e #Sport2030 e da partilha de eventos e atividades em plataformas como a Sportanddev.org. Convidamo-lo assim a juntar-se à campanha #whitecard da organização Peace and Sport e a desenvolver iniciativas partilhando-as no site www.april6.org. 

     Os valores do desporto são valores de universalidade e concordância. Neste dia unamos as nossas forças e entusiamo para que, através do desporto, contribuamos para a construção de um mundo de respeito, de partilha e de paz. 

                                                                                              Audrey Azoulay