terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Dia 27 de janeiro – Dia Internacional de Comemoração das Vítimas do Holocausto 



 Helga Weiss, sobrevivente de Theresienst, Auschwitz e outros campos de concentração nazi, hoje com 85 anos de idade, afirma na sua obra «O Diário de Helga»:

 “ Eu posso ter sobrevivido ao campo de extermínio, mas seus cheiros, sons e horrores nunca vão me deixar. A dor não vai embora”. 

 Como se sabe, apesar das condições adversas, houve uma grande produção artística nos campos de concentração. 
 O músico Ilse Weber, prisioneiro em Theresienstadt, legou-nos a seguinte composição musical, pungente e triste: 

 Ich Wandre Durch Theresienst

 Ich wandre durch Theresienstadt,
 Eu caminho por Terezín, 
das Herz so schwer wie Blei. 
o coração pesado como chumbo.
 Bis jäh mein Weg ein Ende hat
 De repente meu caminho tem um fim
 dort knapp an der Bastei.
 lá próximo ao bastião.
 Dort bleib ich auf der Brücke stehn
 Lá fico parado sobre a ponte 
und schau ins Tal hinaus:
 e vejo pelo vale afora: 
Ich möcht so gerne weitergehn,
 Eu queria tanto seguir em frente,
 ich möcht so gern nach Haus.
 Eu queria tanto ir para casa.




 E dado que se comemora, este ano, setenta anos do fim da II Guerra Mundial, a partilha das fortes emoções sentidas, naquele dia, por todos quantos viveram e sofreram nos campos de concentração nazis, contribua para uma consciencialização da importância da Tolerância, da Paz e da Liberdade.

 (…) «Mauthausen capitulou, a paz chegou até nós. «Paz», repito para mim mesma, e todos os nervos do meu corpo tremem sob esta palavra como uma corda. (…) A minha mãe levanta-se – onde é que ela foi buscar as forças, de repente? - , penduro-me no seu pescoço e, entre beijos, derramo, rejubilante, a palavra com que sonhamos há anos. A palavra que só nos permitíamos dizer no canto mais secreto do nosso ser e que temíamos pronunciar em voz alta. Aquela palavra sagrada que contém tantas coisas belas, inacreditáveis: livre- arbítrio, liberdade. O fim da tirania, da miséria, da escravidão, da fome. Hoje posso pronunciá-la em público, sem tremer; hoje, tornou-se realidade.»


 In « O diário de Helga», Weiss, Helga

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