Mensagem da Diretora
Geral da UNESCO
Por ocasião do Dia
Internacional da Mulher
Todos os anos, a 8 de março, a comunidade
internacional celebra o Dia Internacional da Mulher. É uma ocasião para dar um
enfoque particular, em todo o mundo, à luta pela igualdade entre homens e
mulheres, e para lançar iniciativas de sensibilização que contribuam para uma
mudança de mentalidades.
A promoção da igualdade de género assume um
grau de prioridade na UNESCO. Em todos os domínios do seu mandato - educação,
cultura, ciência, comunicação e informação - a UNESCO está empenhada em
incentivar o acesso das raparigas e mulheres a todos os setores de educação e
formação, eliminando as barreiras que impedem o seu desenvolvimento pessoal e
profissional, permitindo-lhes uma maior representação na vida cultural,
científica e dos media. Seja através dos seus programas de alfabetização para
jovens raparigas ou através do seu apoio a mulheres cientistas experientes, a
UNESCO tem multiplicado as suas iniciativas para combater a discriminação da
mulher e promover as suas competências e talentos.
Este ano, a Comissão da Condição
da Mulher das Nações Unidas propôs destacar a participação e representação das
mulheres nos media e nas tecnologias da informação e da comunicação.
Um relatório recente salienta a diminuição das
desigualdades no acesso aos meios de comunicação digitais de todas as
populações do mundo. Contudo, esta tendência geral esconde uma outra tendência,
no mínimo preocupante: o fosso crescente entre o número de homens e o número de
mulheres com presença na internet. Em 2016, existiam mais 250 milhões de homens
do que mulheres online.
As mulheres não estão apenas “menos
conectadas”, regra geral têm também menos formação na área das tecnologias
digitais, tendo menos oportunidades de emprego no setor da alta tecnologia e,
quando isso acontece, auferem um salário mais baixo do que os seus colegas do
sexo masculino. Além disso, jornalistas, bloggers, escritoras, artistas e
figuras públicas enfrentam, frequentemente, diferentes formas de violência na
Internet e nas redes sociais, nomeadamente insultos, ameaças e assédio. Assim,
para não estarem expostas a esta violência inaceitável, muitas mulheres
preferem afastar-se do ciberespaço.
A UNESCO está na vanguarda da luta contra a
discriminação de género, desconstruindo os estereótipos que circulam nos media.
Enquanto agência dedicada à informação e à comunicação, usa o seu mandato para
liderar esta luta nos media e através deles.
Neste Dia Internacional da
Mulher, a UNESCO lança, em colaboração com a Suécia, a iniciativa, lúdica e
pedagógica “Editatona”, com o objetivo de aumentar a visibilidade das mulheres
na Wikipedia, onde estão sub-representadas. Atualmente, apenas uma em cada seis
biografias é dedicada a uma mulher. Numa tentativa de restabelecer gradualmente
o equilíbrio, a sede da UNESCO irá acolher voluntários que, auxiliados pelos
formadores da Wikipedia, elaborarão e publicarão biografias de mulheres cujo
contributo para as áreas da cultura, educação e ciência é incontestável mas que
ainda não tiveram a honra de ser destacadas por esta enciclopédia online.
Esta iniciativa (que visa combater a violência
simbólica que circula no espaço digital e mediático vem juntar-se a outros
programas lançados pela UNESCO e pelos seus parceiros neste âmbito. Por
exemplo, a iniciativa “As Mulheres Fazem as Notícias”, que já conta com 19
edições, é um encontro anual onde, durante um mês, de 8 de março a 8 de abril,
chefes de redação, jornalistas, bloggers e o público em geral são convidados a
fazer o “teste de igualdade de género" para medir o seu nível de consciencialização
em termos de igualdade de género. Para esta ação, a UNESCO desenvolveu,
conjuntamente com os seus parceiros, um valioso conjunto de "indicadores
de igualdade de género".
A UNESCO apoiou igualmente a
iniciativa "YouthMobile" de capacitação dos jovens em programação de
aplicações móveis para smartphones, com vista à criação de soluções de
desenvolvimento sustentável especialmente dirigidas às jovens que se encontram
subrepresentadas neste campo tecnológico.
A UNESCO apela a todos os atores e atrizes dos
media a inspirarem-se nestas iniciativas, a proporem novas e a mobilizarem-se
para o respeito de uma igualdade plena no espaço mediático.
Audrey Azoulay
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