quinta-feira, 25 de abril de 2019






Mensagem da Diretora-Geral da UNESCO por ocasião do
Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor

23 de abril de 2019

Os livros permitem-nos olhar para o nosso mundo interior e, ao mesmo tempo, abrem o caminho para o respeito mútuo e a compreensão entre os povos, superando todas as fronteiras e diferenças.
Nestes tempos de instabilidade, os livros encarnam o engenho humano, dando corpo à riqueza da experiência humana, verbalizando a busca de sentido e de expressão que todos partilhamos, o que faz avançar todas as sociedades.
Os livros contribuem para unir a humanidade numa única família, com um passado, uma história e um património em comum, para construir um futuro partilhado em que todas as vozes serão ouvidas no grande coro das aspirações humanas. Os livros são os nossos aliados na difusão da educação, da ciência, da cultura e da informação em todo o mundo.
Os livros são também uma forma de expressão cultural que faz parte de uma determinada língua e vive através dela. Cada publicação é criada numa língua específica e destina-se a um grupo de leitores que fala essa língua. Assim, cada livro é escrito, produzido, trocado, utilizado e apreciado num determinado ambiente linguístico e cultural. Este ano destacamos a importância desta dimensão, uma vez que 2019 foi proclamado Ano Internacional das Línguas Indígenas, e será liderado pela UNESCO, para reafirmar o compromisso da comunidade internacional em apoiar os povos indígenas a preservarem as suas culturas, os seus conhecimentos e os seus direitos.
Este dia oferece uma oportunidade para refletirmos juntos sobre a melhor forma de difundirmos a cultura da escrita e fazermos com que todos os indivíduos, homens, mulheres e crianças tenham acesso à mesma.
É este espírito de inclusão e de diálogo que anima a cidade de Sharjah (Emirados Árabes Unidos), a qual se tornará Capital Mundial do Livro 2019, no Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor 2019. Sharjah foi selecionada em reconhecimento do seu programa “Leia – Está em Sharjah”, cujo propósito é alcançar as populações marginalizadas e propor-lhes ofertas criativas com vista a envolver as populações migrantes e atuar como uma “força motriz” de inclusão social, criatividade e respeito.
Com Sharjah, os nossos parceiros, nomeadamente a Associação Internacional de Editores, a Federação Internacional de Livreiros, a Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias e toda a comunidade internacional, vamos unir-nos para celebrar o livro como manifestação da criatividade, do desejo de partilhar as ideias e o conhecimento e de promover a compreensão, o diálogo e a tolerância. Esta é a mensagem da UNESCO neste Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor.

Audrey Azoulay

quinta-feira, 21 de março de 2019


Mensagem da Diretora-Geral da UNESCO
por ocasião do
Dia Mundial da Poesia
21 de março de 2019

Agarra a lua
e agarra uma estrela
quando não sabes
quem és
pinta a imagem na tua mão
e regressa a casa
[…]
Alcança a lua
fá-la falar
liberta a sua alma
fá-la andar
pinta a imagem na tua mão
e regressa a casa

Excerto de “Howlin at the Moon” de Wayne Keon

A poesia, em todas as suas formas, é uma poderosa ferramenta de diálogo e de aproximação. Expressão íntima que abre portas aos outros, enriquece o diálogo – fonte de todos os progressos humanos -  e tece laços entre as culturas.
Neste vigésimo aniversário do Dia Mundial da Poesia, a UNESCO traz à luz a poesia indígena para celebrar o papel único e poderoso da poesia na luta contra a marginalização e a injustiça, e na união das culturas num espírito de solidariedade.
“Howlin at the Moon”, de Wayne Keon (membro da Primeira Nação Nipissin, Canadá) evoca a usurpação indevida da cultura indígena por outras culturas dominantes. Este poema aborda o tema da perda da identidade nativa devido à sua reinterpretação por forasteiros, independentemente das suas boas intenções e, por conseguinte, a confusão do próprio autor no que respeita à sua identidade.
A poesia é importante para a salvaguarda de línguas frequentemente ameaçadas assim como para a preservação da diversidade linguística e cultural. Proclamado pela UNESCO como o Ano Internacional das Línguas Indígenas, o ano de 2019 reafirma o compromisso da comunidade internacional em ajudar os povos indígenas a protegerem as suas culturas, os seus conhecimentos e os seus direitos.
Esta designação surge num momento em que os povos indígenas, assim como as suas línguas e culturas, se encontram, cada vez mais ameaçados, em particular devido às alterações climáticas e ao desenvolvimento industrial.
De forma a salvaguardar as tradições vivas, a UNESCO tem envidado esforços para incluir diversas formas poéticas na Lista Representativa do Património Imaterial da Humanidade, exemplo disso são os Cantos Hudhud das Filipinas, a tradição oral do povo de Mapoyo da Venezuela, a Eshuva, preces cantadas na língua indígena Harákmbut do Perú e a tradição oral Koogere do Uganda.
Cada género de poesia é único, mas cada um reflete a universalidade da condição humana, o desejo de criatividade que atravessa todos os limites e fronteiras do tempo e do espaço, numa afirmação constante de que a humanidade é uma mesma e única família.
É este o poder da poesia!

Audrey Azoulay




Mensagem da Diretora-Geral da UNESCO
por ocasião do Dia Mundial da Água
22 de março

O acesso à água potável constitui um direito fundamental que, associado ao acesso às instalações sanitárias, se torna uma alavanca do desenvolvimento.
No entanto, cerca de um terço da população mundial não beneficia de serviços fiáveis de abastecimento de água potável e apenas 40 % dispõe de serviços de saneamento fiáveis.
Por este motivo, este ano, o Dia Mundial da Água é subordinado ao tema “Não deixar ninguém para trás”, refletindo assim os compromissos audazes da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, das Nações Unidas.
A aspiração de chegar, inclusive aos mais vulneráveis, reveste-se de uma importância crescente, numa altura em que a degradação ambiental, as alterações climáticas, o crescimento demográfico e a rápida urbanização – entre outros fatores – se intensificam dificultando gravemente a segurança e o abastecimento de água.
Contudo, a água e o saneamento podem contribuir significativamente para a realização dos numerosos objetivos da Agenda 2030, quer se trate de segurança alimentar e energética, de desenvolvimento económico ou de sustentabilidade ambiental.
Dado que o acesso à água tem muitas repercussões, o Relatório Mundial das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos deste ano, publicado pela UNESCO em colaboração com as entidades da ONU que se dedicam a esta matéria, foca-se no tema da eliminação dos obstáculos que dificultam o acesso à água, em particular para os mais desfavorecidos.
Este documento recomenda que a vontade política internacional seja impulsionada para se alcançar os marginalizados e lutar contra as desigualdades existentes, sejam elas socioeconómicas, de género, inerentes aos desafios específicos dos meios urbanos ou rurais, ou relativas a qualquer outro fator.
A necessidade de uma maior solidariedade internacional impõe-se, especialmente em certas regiões, como na África subsaariana e no sul da Ásia, onde o acesso aos serviços básicos como o abastecimento de água e o saneamento continuam em grande parte limitados.
Num mundo cada vez mais globalizado, as consequências das decisões relacionadas com a água atravessam fronteiras e afetam todos os povos, pugnando assim por uma governação global da água.
Neste Dia mundial da Água, a UNESCO reafirma o seu empenho em apoiar os governos nos esforços que envidam para permitir o acesso universal à água e ao saneamento, sem discriminação.
Ao dar prioridade aos mais necessitados, podemos construir comunidades mais resistentes, sociedades mais igualitárias e um mundo mais pacífico e sustentável.

Audrey Azoulay


quarta-feira, 2 de janeiro de 2019




Quinzena de ativismo pela igualdade de género - 26 de novembro a 10 de dezembro
Todos diferentes, Todos iguais

No âmbito dos projetos Erasmus+ e Unesco, decorreu no nosso agrupamento, de 26 de novembro a 10 de dezembro, a Quinzena de ativismo pela igualdade de género, cujo lema foi. “Todos diferentes, todos iguais!”.

 Esta atividade norteou-se pelos seguintes objetivos:

·          Promover os valores da cidadania, mobilizando os jovens para o ativismo.
·          Sensibilizar os alunos para a defesa e promoção dos Direitos Humanos, entre os quais a igualdade de género.
·         Educar e formar para os valores do pluralismo e da igualdade entre homens e mulheres.
·         Estimular a criatividade e o trabalho colaborativo.

Durante a quinzena estiveram patentes exposições de trabalhos realizados pelos alunos do 2º e 3º ciclo, bem como múltiplas ações de sensibilização para o tema, dinamizadas pelo Dr. Jorge Freitas, da Universidade do Porto, pela enfermeira Patrícia Alves, pelas Dras Joana Lima e Manuela Silva, do Movimento Democrático das Mulheres, pela Dr.ª Isabel Malheiro, do ICBAS e pela Fundação Portuguesa “A Comunidade Contra a Sida” (Centro de aconselhamento e orientação de jovens do Porto). Estiveram envolvidos alunos de todas as escolas do Agrupamento, do 3º ao 12º ano de escolaridade!
Esta quinzena culminou com a Estafeta e a Caminhada pela igualdade, realizadas no Dia Mundial dos Direitos Humanos, 10 de dezembro.


Apreciem algumas fotos desta atividade

 :











segunda-feira, 10 de dezembro de 2018


Mensagem da Diretora-Geral da UNESCO,
por ocasião do
Dia Internacional dos Direitos Humanos

10 de dezembro de 2018

A Declaração Universal dos Direitos Humanos encarna a eterna aspiração da humanidade à liberdade, à justiça e à dignidade. Não é fruto de uma única cultura ou tradição, mas antes um alicerce que nos permite usufruir de uma vida plena, e a todas as nações do mundo viver em paz. Há 70 anos, as nações do mundo uniram-se para definir este conjunto de direitos humanos fundamentais, inalienáveis e universais.

A promessa inscrita no Ato Constitutivo da UNESCO de “assegurar a todos os homens o pleno e igual acesso à educação, a procura sem restrições da verdade objetiva e a livre troca de ideias e de conhecimentos” assenta nestes direitos. A nossa missão consiste em promover a paz e os valores humanistas no espírito dos homens e das mulheres através da educação, das ciências, da comunicação e da cultura. Esta missão é tão importante na atualidade como na época em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi adotada pela comunidade internacional, numa altura em que o mundo se reconstruia a partir dos destroços e do trauma de duas guerras mundiais devastadoras.

A nossa ação visa alargar o direito à educação àqueles que foram deixados para trás, em particular as mulheres e as raparigas. Num momento em que o mundo se prepara para adotar dois novos pactos mundiais em prol dos direitos dos refugiados e dos migrantes, a UNESCO envida igualmente esforços para alargar as possibilidades educativas a essas populações.

Defendemos o direito à liberdade de expressão, denunciando os ataques perpetuados contra jornalistas e agindo para que a Internet continue a ser um espaço de diálogo aberto. Todos os indivíduos deveriam poder usufruir dos benefícios do progresso científico e das suas aplicações. O direito à água e ao saneamento, assim como a um oceano limpo que preserve os meios de subsistência, é de extrema importância para os direitos humanos e faz parte das nossas prioridades. A UNESCO compromete-se também a proteger e a promover a liberdade cultural fundamental, nosso património comum, assim como todas as formas contemporâneas de expressão, que constituem a manifestação suprema da nossa humanidade comum.

Infelizmente, uma vez mais na nossa História, os direitos humanos encontram-se em perigo. No mundo inteiro, é possível ver o quão facilmente podem ser derrubados por estereótipos desumanizantes e pelo aumento dos discursos intolerantes. Os conflitos, o extremismo violento e os desastres naturais podem semear o caos e pôr em risco os direitos das pessoas mais vulneráveis das nossas sociedades. As novas tecnologias, nomeadamente a inteligência artificial, também podem representar um perigo se não forem concebidas no pleno respeito dos direitos humanos. Temos que permanecer vigilantes para que os progressos realizados nos últimos 70 anos não sejam postos em causa, e fazer com que a UNESCO continue a ser o principal laboratório internacional de ideias para enfrentar estes desafios.

Eleanor Roosevelt, uma das principais autoras da Declaração Universal dos Direitos Humanos, declarava: “Ser humano não é apenas um direito, é um dever. Só assim poderemos contribuir de forma útil para a vida.” Neste importante aniversário, exerçamos todos este direito contribuindo assim para a realização dos direitos humanos para todos.


Audrey Azoulay

quinta-feira, 29 de novembro de 2018




Evento


No âmbito da celebração do septuagésimo aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas no dia 10 de dezembro de 1948, e do Dia Internacional da Paz, realizou-se a atividade Testemunho de um sobrevivente da bomba atómica de Nagasaki, que teve lugar no auditório da Escola Secundária Carolina Michaëlis, no passado dia 11 de outubro, pelas 10 h 30 min, com a duração de duas horas, destinada aos alunos do 12º ano.

Esta atividade foi complementada com exposições de trabalhos dos alunos de diversas escolas do 1º ciclo, da iniciativa da Fundação MOA- Porto, alusivos à temática da Paz, e com painéis do Conselho Português para a Paz e Cooperação sobre as armas nucleares, disponibilizados pela Câmara Municipal do Porto.

Eis aqui algumas fotos desse memorável dia.














quarta-feira, 14 de novembro de 2018


















Mensagem da Diretora-Geral da UNESCO,
por ocasião do
Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza

17 de outubro de 2018

“O lugar da pobreza não é numa sociedade civilizada, mas sim num museu” declarou o bangladechiano Muhammad Yunus, um dos inventores do microcrédito, laureado com o Prémio Nobel da Paz em 2006 pelo seu compromisso em prol das populações mais desfavorecidas.
A pobreza é uma ofensa à dignidade humana, causa sofrimento e privação, impede o pleno desenvolvimento da pessoa, dificulta o pleno gozo dos direitos e das liberdades, atingindo, frequentemente, os mais vulneráveis, as mulheres e as crianças. É uma forma de servidão que gostaríamos, de facto, de relegar para outra época da humanidade.
Desde os anos 90, foram alcançados progressos consideráveis, à escala mundial, para travar a miséria e a indigência, fazendo com que mais de um bilhão de pessoas tivessem saído da pobreza extrema. Estes resultados fantásticos são um motivo de satisfação e de esperança, mas não devem ocultar os desafios que ainda nos falta ultrapassar. Atualmente, estima-se que 635 milhões de pessoas continuem a viver na pobreza extrema, ou seja, mais de 8% da população mundial. A grande maioria vive no Sul da Ásia e na África Subsariana.
A pobreza é um problema complexo que vem, muitas vezes, somar-se a outras situações de vulnerabilidade: assim, a taxa de pobreza é, frequentemente, mais elevada nos países considerados frágeis ou em situação de conflito. Além disso, as alterações climáticas e os desastres naturais atingem, habitualmente, populações mais expostas e menos preparadas para os enfrentar.
Por este motivo, temos que atuar simultaneamente em várias frentes. A pobreza não é apenas uma questão de recursos financeiros, é também um problema de falta de oportunidades. A erradicação da pobreza constitui o primeiro Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 das Nações Unidas, estando contudo, estreitamente ligada a outros objetivos tais como a garantia de boas condições sanitárias, o acesso a uma educação de qualidade para todos, a oportunidade de ter um emprego decente, a igualdade de género, ou ainda, a preservação do ambiente. A comunidade internacional – os Estados, mas também os atores da sociedade civil e as empresas privadas – deve redobrar os seus esforços para realizar, em conjunto, esses objetivos.
É essencial que o crescimento económico seja mais inclusivo e que ajude a criar empregos sustentáveis. É indispensável que todos os países garantam uma proteção social aos seus cidadãos para os proteger dos numerosos riscos socioeconómicos num mundo em mutação. A educação é uma formidável alavanca de desenvolvimento: é primordial que cada criança, rapaz ou rapariga, possa beneficiar de uma educação de base de 12 anos.
A educação deve incluir as questões relativas à saúde, à sexualidade, à igualdade de género e ao desenvolvimento sustentável, de modo a quebrar o círculo vicioso de hábitos sociais e de representações coletivas que sustentam as desigualdades. A UNESCO, agência líder da ONU para a educação, concentra os seus esforços especialmente na educação das raparigas, verdadeiro motor de desenvolvimento e de paz
Neste Dia Internacional e neste ano de celebração do 70º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, mobilizemo-nos para que cada um e cada uma de nós, em todo o mundo, possa beneficiar de condições de vida dignas.

Audrey Azoulay